sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"Eu tive um sonho ruim e acordei chorando.."

Estava escuro, não conseguia enxergar nem um palmo a sua frente. Ficou se perguntando onde estava. Não conseguia se lembrar como foi parar naquele lugar.
Andava cautelozamente, tentando apalpar uma parede e encontrar um interruptor. Andava, andava.Longos minutos por nada.
Se sentia confuso, não sabia lidar com a escuridão. Era tudo tão calmo que o deixava nervoso, frustrado. Solidão. O silêncio gritava em seu ouvido.
Ali ele pôde refletir sobre algumas coisas que normalmente não tinha tempo para pensar. Mas ali, no meio desconhecido, não havia tempo para o tempo, e ele teria a eternidade. Era como se tivesse criado um universo onde só havia ele e sua mente. Amedrontador.
Parecia estar envelhecendo rápido. Desespero. Queria a saída. Mas não importa para onde fosse, não ia a lugar algum.
Aquela escuridão... estava farto! Nunca gostou de escuro. Ficou imaginando que assim seria a vida de um cego, só que cheia de vozes que podem ver. Lamentável.
Medo. Medo das vozes em sua cabeça, eram seus pensamentos. Eles o deixavam louco. Pensou que talvez assim seria a vida de um surdo, que não pode ouvir nada além de sua mente gritando por socorro. Apavorante.
Nada fazia sentido. Porque estava ali? Era escuro! Definitivamente não iria a um lugar assim por vontade própria. Pensou em mil maneiras de ter chegado até ali, algumas até engraçadas. Ora, mas onde estavam as paredes? Estava sufocado.
Uma fenda deixou escapar um fio de luz. Primeiro se assustou, a luz repentina feria seus olhos que passaram tanto tempo sem a mesma, depois foi caminhando até ela.
Anda, andava. De onde vinha? Não encontrava.
Por um momento pensou estar indo na direção errada. Impossível.
Algum tempo depois percebeu que aquela misteriosa luz estava aumentando lentamente, mas a velocidade também aumentava.
Quando finalmente tudo ficou claro...



Acordou. Estava em sua cama, suado. Mas o vento gelado assobiava na janela. Bastava a luz da lua cheia, que clareava sombriamente o quarto.
Uma cigarra zunia do lado de fora sem cessar.
"Foi só um sonho ruim", pensou.

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