quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Uma visita inesperada.

Lá estava ele, mais uma vez em um de suas noites em claro questionando a vida de uma maneira que estava ciente de não ser útil.
Precisava de fugir da mesmisse. Emoção. Mas não passava de pensamentos transformados em poema. Sabia que podia, mas apenas não conseguia. Era covarde a ponto de deixar que todo o tédio o dominasse.
Mas naquela noite, pelo contrário do que costumava e do que pensava, algo diferente estava para acontecer.
Quando de repente uma forte chuva começou, ele fechou as janelas e foi esquentar o café velho.
De volta para seus infinitos pensamentos, foi interrompido pelo som que o micro ondas fazia para avisar-lhe que seu café estava devidamente quente.
Nunca esteve tão frio naquele ano, a chuva estiava enquanto ele entrava numa de suas tempestades de pensamentos,conjuntos de sua utopia.
Foi interrompido pela campainha enquanto tomava seu café.
Quem poderia ser às 3 da manhã?
Não estava incomodado, claro que aprendeu a conviver com a solidão, mas a ideia de ter alguém, mesmo que por apenas alguns segundos, era bastante convidativa.
Demorou pouco para chegar até a porta, e ao abrir teve a bela visão dela. Estava pálida e encharcada, devido a chuva. Talvez tivesse andado chorando, mas não era possível saber.Estava linda, mudada, mas ainda familiar, nada o faria esquecer aqueles grandes olhos. E é claro, eles não mudariam nunca. Fazia tanto tempo. O que fazia ali no meio da noite?
Uma onda de pensamentos.
Não diziam uma palavra, apenas se olhavam fixamente nos olhos, parecendo ter uma longa conversa por telepatia. O silêncio não era constrangedor, eram muito íntimos para isso, apesar de todo o tempo que passou.
Finalmente convidou-a para entrar e se secar, talvez ele lhe faria um chá e ligaria a lareira.
Não queria admitir, mas estava imensamente contente em tê-la de volta.

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